Baseado na letra de “A Batucada Dos Nossos Tantãs” - música eternizada pelo grupo Fundo de Quintal - no Dia Nacional do Samba, faço questão de registrar minha singela manifestação em relação a esse ritmo tão representativo: 

Muito reprimido e associado a marginalidade, o samba resistiu bravamente e, mesmo de maneira clandestina, nunca deixou de ecoar. A resistência dos pioneiros resultou nesse famoso Patrimônio Imaterial da Humanidade.

“Samba, a gente não perde o prazer de cantar

E fazem de tudo pra silenciar

A batucada dos nossos tantãs

No seu ecoar o samba se refez

Seu canto se faz reluzir

Podemos sorrir outra vez”

Extremamente democrático e desenvolvido no ambiente das comunidades mais humildes, o samba foi se difundindo em encontros furtivos nos quais os sambistas expressavam seus sentimentos através das suas composições.

“Samba, eterno delírio do compositor

Que nasce da alma, sem pele, sem cor

Com simplicidade não sendo vulgar

Fazendo da nossa alegria seu habitat natural

O samba floresce do fundo do nosso quintal”

Durante muito tempo, mesmo pouco valorizado no país, o samba foi obtendo reconhecimento dos “gringos” e  ganhando o mundo. Quando obteve notoriedade internacional, passou por momentos de perda de identidade: “Super Escolas de Samba SA, super-alegorias, escondendo gente bamba, que covardia.”

“Este samba é pra você

Que vive a falar, a criticar

Querendo esnobar, querendo acabar

Com a nossa cultura popular"

Em um desabafo, através dessa letra, a comunidade do samba pede humildemente o merecido reconhecimento àqueles que insistem em desclassificar a mais genuína manifestação do povo brasileiro!

"É bonito de se ver

O samba correr pro lado de lá

Fronteira não há pra nos impedir

Você não samba, mas tem que aplaudir”

SALVE O SAMBA!