As inscrições foram realizadas de forma remota e as 14 vagas disponíveis foram preenchidas rapidamente, já nos dois primeiros dias após o início da divulgação da Oficina. A turma contou com cursistas de idades variadas, de 27 a 68 anos, e a presença de um único bordadeiro. Cada um(a) recebeu um kit com todos os materiais necessários para o acompanhamento das aulas e, a partir dos exercícios propostos, foram capazes de bordar uma borboleta azul cheia de detalhes e degradês, mesmo não tendo conhecimento prévio.

Nem mesmo as chuvas fortes do primeiro final de semana atrapalharam os encontros, já que a maioria dos cursistas moravam muito próximos à escola. Foram quatro reuniões, nas quais todos(as) se empenharam bastante e conseguiram resultados surpreendentes. “Nunca imaginei poder fazer coisas assim”, contou Nádia Cristina de Lima, de 59 anos, mesmo já tendo experiência com crochê e tricô.

Muitas das alunas demonstraram interesse em participar de novas oficinas e declararam que o curso superou as expectativas, podendo experimentar alguns dos benefícios do bordado feito à mão: bordar é uma terapia, estimula a criatividade, é um exercício para concentração e foco. Pode ser também um caminho para aumentar a renda familiar. Mas, mais do que isso, ajuda a relaxar e melhorar a saúde mental e o bem-estar emocional de quem borda. A Oficina “Asas do feito à mão” propôs que os encontros fossem espaços de escuta e produção de sentidos, uma oportunidade para ressignificar a vida através do bordado, uma vez que o bordado é meio de encantamento e não apenas uma técnica.

A grande procura e os resultados da Oficina de Bordado surpreenderam as professoras: “Teremos que propor outras ações como esta”, conta Luísa Lacerda já pensando na realização de um encontro de bordadeiras(os) em São Pedro da Serra no mês de maio e, por que não, na realização de uma nova edição da Oficina.

O projeto foi premiado no Edital Multilinguagens, uma realização do Governo Federal, do Ministério da Cultura, da Prefeitura de Nova Friburgo e da Secretaria Municipal de Cultura, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, o que permitiu que as artistas atendessem aos cursistas de forma gratuita, com o custeio de todo material e, ainda, contando com um plano de acessibilidade oferecido pela equipe Acesso Um - Comunicação Acessível.

A oficina também recebeu o apoio da Direção da Escola Municipal São Pedro da Serra, que cedeu o espaço da sala de aula, refeitório e banheiro com acessibilidade durante os quatro encontros presenciais. “Isso demonstra a importância do apoio dos editais e aparelhos públicos, para que realizemos projetos como este de maneira acessível, gratuita, e que possam atingir um público  iversificado e plural”, ressalta Luísa.