Nos cargos eletivos sempre foi galgado às presidências, ficando clara sua característica de personalidade para político profissional. Roberto, ainda muito jovem, foi eleito vereador, reeleito e, anos mais tarde, prefeito do município, apesar de sua origem humilde, fato que causava grande admiração da população em geral. Trabalhador profícuo, ele enfrentou com ardor todo tipo de dificuldade da administração pública. Encarou com galhardia as injunções políticas, os interesses econômicos e as precariedades financeiras orçamentárias.

         Num determinado momento de sua gestão, Roberto foi alertado por um Médico Veterinário numa matéria de revista, da presença de grande número de cães, gatos, pombos, cavalos e outros animais nas ruas, o que representava um risco grave de transmissão de doenças(zoonoses). O artigo também alertava da obrigação das prefeituras de ter um serviço especializado para controle das populações de animais nas cidades; os centros de controle de zoonoses municipais. Esses centros também controlam as pragas tais como ratos, insetos e outras que também são veiculadoras das zoonoses. O alerta do Médico Veterinário foi criticado pela prefeitura e por protetores dos animais, como sendo uma asneira porque o prefeito deveria se ocupar de assuntos mais importantes, e também porque a presença dos animais nas ruas dava até um aspecto pitoresco à cidade.

          No final da primavera do terceiro ano de seu mandato, uma senhora foi acometida por uma zoonose e faleceu. Sua família e amigos ficaram revoltados e moveram ações contra a prefeitura. O fato se espalhou pelos meios de comunicação até aparecer em rede nacional numa reportagem da televisão. A partir disso, sugiram inúmeras outras ações, inclusive dos que sofreram acidentes causados por animais nas ruas, tais como tombos, mordeduras, atropelamentos e outros. Todas as ações foram consideradas procedentes e as indenizações avolumaram-se atingindo valores insuportáveis para a receita municipal. Tudo isso poderia ser evitado por medidas preventivas simples.

          A reputação daquele menino que veio da roça e que se tornou prefeito ficou manchada. A orientação do Médico Veterinário é de que os animais encontrados nas ruas devem ser encaminhados para abrigos públicos. As pragas tais como ratos e outros, devem ser combatidas com as medidas científicas de controle. Existem outras inúmeras ações para solucionar esse problema de saúde pública, e estas devem ser organizadas num projeto individualizado e especifico para as circunstâncias de cada município.

         As organizações não governamentais querem participar da solução para os animais abandonados, e estas devem ser convidadas a trabalhar junto com o poder público.

         ENFIM, CAROS LEITORES, É PRECISO AMAR OS ANIMAIS COM RESPONSABILIDADE!!!