Por outro lado, era aplicadíssimo nos treinos futebolísticos. Sua carreira no esporte fluiu normalmente da escolinha do Country Club para o Friburguense, daí para o Fluminense e, em seguida, para a seleção brasileira. Foi inclusive campeão mundial pela seleção daquele momento. Quando completou 34 anos decidiu pendurar as chuteiras e ingressou no curso de direito que era seu projeto desde que iniciou no mundo do futebol.  Dizia ele: “quando eu parar de jogar futebol, vou ser advogado”. E assim fez...

     Era uma quarta-feira à tarde e Waltinho estava na pelada de veteranos, pelada esta que ele e os amigos chamavam de “futebar” devido ao fato de que, depois do joguinho, tomavam todas no botequim do campinho. Em meio à cervejada, chegou notícia de que havia sido selecionado para o Projeto Rondom, esse projeto maravilhoso que manda os jovens universitários para regiões longínquas do Brasil para prestar serviço e conhecer a realidade daquelas comunidades do interior do país. Ele recebeu a notícia com grande alegria porque estava ansioso para participar desse projeto de ação comunitária, principalmente pelo fato de que durante toda sua infância acompanhou seu pai atuando nesse tipo de trabalho social voluntário, o que se tornou um condicionamento familiar positivo.

    Meses depois, estava lá o Dr. Walter dando orientação jurídica num ínfimo município do interior do Amazonas. Logo foi reconhecido como o Waltinho da seleção brasileira o que fazia com que mais pessoas quisessem se consultar com ele. Ele tratava a todos com seu carisma, alegria e educação que sempre foram características de sua personalidade, o que, inclusive, lhe rendeu grandes amizades e popularidade durante toda a vida. Aceitava todos os convites para almoços, churrascos, festas e demais eventos que a população local promovia para agradar o pessoal do projeto e, principalmente ao Dr. Walter que se mostrava uma celebridade de simplicidade incrível. Comeu e bebeu de tudo que lhe foi oferecido.

    Passados alguns meses depois de ter retornado da Amazônia, Waltinho apareceu com uma tosse persistente. Feitos os exames constatou-se que ele havia contraído tuberculose a partir de leite cru ou de carne mal passada. Passou por um longo tratamento e certamente ficou com sequelas pulmonares. graças a Deus, não morreu...

   É bom que se esclareça que a tuberculose pode ser transmitida dos animais ao homem e que é a segunda causa de morte humana no Brasil por doença infecciosa, só perdendo para a AIDS. Fatos como esse descrito acima demonstram a imensa importância do estudo das zoonoses e da importância do Médico Veterinário para o controle de tais enfermidades nas sociedades humanas, isto é, a importância desse profissional como sanitarista. É importante também que se ressalte a enorme necessidade de criação dos Centros de Controle de Zoonoses (CCZ) em todo país para fins de erradicação de tais doenças.

   ENFIM, É PRECISO AMAR OS ANIMAIS COM RESPONSABILIDADE!!!

ZOONOSES: doenças dos animais transmissíveis ao homem