CARLOS ROSA MOREIRA
CARLOS ROSA MOREIRA
Membro do Cenáculo Fluminense de História e Letras, da Academia Niteroiense de Letras e da Associação Niteroiense de Escritores. Tem oito livros publicados, todos de crônicas e contos.

Por: CARLOS ROSA MOREIRA

25/02/2024

08:41:04

LEITURAS

Naquela tarde, no museu, foi o quadro de Garcia y Vasquez. Em outras ocasiões foram outros, mas naquela tarde os olhos me seguraram diante da tela maravilhosa do espanhol...
LEITURAS
...Sentei-me no banco posto ali para que os visitantes apreciem as obras sem se cansar. Eu segurava um livro e o coloquei ao meu lado. Era tão somente um objeto com uma feia capa marrom.
Livro fechado é isso, um folhoso objeto cheio de letras. Estará sempre à espera, como ficava a moça solitária nos bailes de antigamente, esperando num canto do salão que a convidassem para dançar. Eu fixava o quadro, a se exibir para qualquer olhar, como também fazem as fotos e os filmes. Voltei-me para o livro pousado no banco. Mais tarde, num canto sossegado da minha casa, eu faria a luz invadir seu interior. Só então descobriria o mundo que existe lá dentro.

A literatura é uma arte dependente e nisso difere das outras artes. Não bastam os olhos, são necessárias as mãos. E as mãos dependem de uma vontade. Um livro não se exibirá a um simples olhar, tampouco contará histórias a ouvidos distraídos. Livro tem de ser provocado e exige ser degustado ou que o devorem. O leitor precisa ser generoso consigo mesmo para dar-se esse regalo. Para ser degustado, o livro pede que o leitor pense em si e presenteie-se, saindo deste mundo louco em que vivemos. É como se dissesse: Ganhe ideias, conheça um lado surpreendente da sua História, ouvindo histórias. Porque você as ouvirá, se prestar atenção, ouvirá muitas vozes. Procure coisas, você achará em mim. Pelo menos, achará perguntas se não respostas. Viaje, sonhe, realize, curta... Também sei mostrar caminhos, além de saber divertir. Vem pra cá... Esqueça-se (e lembre-se!) com Drummond, Gonçalves, Cecília, Bandeira, Mário e tantos outros maravilhosos. Permita-se, meu irmão!

É verdade... Como chegar a Combray se não sairmos do dia a dia? O livro se assemelha à moça que espera ser tirada para dançar. O rapaz que a convidar talvez não se dê conta, mas seu gesto poderá levá-lo a percorrer veredas de um mundo perigoso. Perigoso e fascinante mundo que jamais deixará vazio seu coração.

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